segunda-feira, 12 de março de 2012

MEGATRENDS (Estratégia 21)



Megatrends é o título do livro escrito por John Naisbitt no final da década de 70 e início dos anos 80. O livro figurou na lista dos mais vendidos do New York Times por mais de dois anos e foi publicado em 57 países. Naisbitt é um especialista no levantamento de dados que apontem tendências de grandes massas populacionais. Na década de 60 foi acessor de John F Kednnedy e Liyndon Johnson atuando na área de levantamento destas tendências.



Também é o nome ou expressão que passou a ser utilizada para definir comportamentos, estilos e desempenhos que, em futuro próximo ou distante, irão predominar em larga escala e influenciarão, decisivamente, os ambientes naturais e sociais nos quais se concretizem. Via de regra as mega tendências não pretendem descrever os cenários futuros do mundo; indicam apenas e tão somente, aspectos emergentes com que as pessoas e sociedades terão que lidar. Esta definição foi dada pelo pessoal do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos e me agrada muito.

Uma "Mega Tendência" (é como fica o termo quando traduzido) tende a demonstrar uma movimentação social, geralmente em massas consideráveis de populações, em direção a uma nova maneira de se comportar.

O trabalho de levantar tendências pode parecer simples, mas não é. Registrar uma tendência social depois que esta está consolidada, virou história, é sim algo relativamente simples para aqueles que possuem o conhecimento e a técnica adequada. Mostrar que o mundo se afastava da religiosidade no final da década de 60 e anos 70 pode parecer simples agora. Primeiramente porque temos uma "tonelada" de dados e estatísticas mostrando tanto isto, quanto o retorno a religiosidade no final dos anos 80. Há dados, registros, relatórios dos vários recenseamentos feitos pelas nações, etc. Hoje, por exemplo, já vimos como os católicos adotaram o uso da pílula anticoncepcional em franca oposição ao credo disseminado e adotado pela sua igreja. Podemos quantificar quantas pessoas adotaram esta medida e podemos também assumir que a medida transcendeu a questão religiosa, tendo se tornado um movimento universalizado, mais preocupado com o planejamento familiar e ou com os efeitos de gestações não desejadas.

Mostrar isto enquanto está acontecendo e antes de acontecer é bastante complexo.

Naisbitt
Naisbitt desenvolveu métodos de levantamento de tendências que levaram a uma série de conclusões. Cada uma destas conclusões foi chamada de Megatendência. Para que se tenha uma idéia da complexidade destes levantamentos, um deles consiste em quantificar quantas vezes determinados termos estão aparecendo em todas as publicações regulares de um determinado país. Assim a palavra ou termos relacionados a "divórcio" são computados regularmente, contados e registrados para todos os jornais, revistas e publicações. Caso exista um acréscimo distinto no número de vezes que esta palavra aparece, então pode ser que haja um motivo para isto. De posse deste "questionamento", outros dados começam a ser compilados para que seja montado um banco de dados relativo a esta questão.

De posse dos dados, que podem ser "entradas de pedidos de divórcio no último ano em todos os cartórios do Brasil X entradas de pedidos de divórcio de anos anteriores em todos os cartórios do Brasil/Américas/Mundo, é determinada uma hipótese para explicar o evento. A partir de então começam a ser levantados dados para a comprovação de tal tendência/hipótese.
As tendências detectadas são regularmente atualizadas, a cada década pelo menos, em novos livros e publicações.

O crescimento da China era bem
previsível... A forma que assumiu...
Nem tanto!
Tendências sócio econômicas / sócio geográficas são também estudadas para que haja um entendimento de seus efeitos. Todos sabem que prosperidade e idade média de vida são elementos que estão sofrendo alterações significativas nos últimos séculos. Sabemos também que a riqueza continuará a crescer um determinado percentual por ano no mundo como um todo. Não é difícil entender que teremos uma população mais velha e mais rica nos próximos anos, em detrimento do crescimento da população mais jovem. Os efeitos gerados por estas modificações na sociedade também são assunto a ser estudado em megatendências.
Devemos, entretanto nos lembrar, de que mesmo que as megatendências indiquem "algo" sobre o futuro, não há como ter certeza como a sociedade, as companhias e qualquer um de nós vai reagirá as estas forças. O futuro não é um "dado". Trata-se mais de uma probabilidade, sobre a qual se montam cenários, que podem ou não a vir se concretizar.

Também não há maneira segura de se garantir um efeito, por mais obvio que ele pareça ser. 10 anos atrás, no final da década de 90 início da década de 2.000, a globalização era um conceito muito firme, sem que houvesse uma corrente que lhe fizesse contra-ponto. Hoje com os efeitos gerados pela incerteza das últimas crises econômicas mundiais e principalmente pela performance apresentada por alguns países da unidade Européia, o conceito de globalização e grandes blocos já começa a encontrar efeitos e tendências "anti" globalização e grandes blocos.

A pesquisa do futuro, sempre possui algum lastro em bases que vão do "previsível" ao "possível" e o "desejável". Não há ainda um método básico que forneça respostas adequadas para um determinado cenário. Podemos, contudo afirmar que o estudo das megatendências leva sim a uma possível tomada de posições face aos cenários mais previsíveis, possibilitando um posicionamento, se não adequado e totalmente alinhado, pelo menos não totalmente contrário àquilo que se pode inferir.

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