quarta-feira, 18 de abril de 2012

O CRESCIMENTO DA CLASSE C (Estratégia 28)


O crescimento da classe C é um fenômeno que pode ser caracterizado como uma "Macro" tendência. Algo que afeta o Brasil de maneira específica. Não vemos esta movimentação de maneira tão acentuada em outras regiões, ou se há movimentações, não se dão pelos mesmos motivos.

Vamos recordar: Denominamos "Giga" a única tendência que tem efeitos sobre muitas outras, que é a questão da Ecologia. "Mega" para todas as grandes tendências globais, que são todas as que foram apresentadas até agora. "Macro" para todas as tendências que afetam particularmente um país ou região restrita e esta é nossa primeira tendência com esta abrangência.

Esta "Macro" teve início ou foi detectada inicialmente em 1992, mas se tornou mais clara e acentuada em 2002 e 2003. Só virou tema popular em palestras e discussões sobre o Brasil em 2008 e 2009.
A classe C tem crescido de maneira mais rápida e muito acentuada nos últimos 10 anos. Hoje a classe C é composta de 105,4 milhões de pessoas, o equivalente a 55,05% da população brasileira. Esta classe cresceu basicamente a partir do ganho na capacidade de consumir das classes D e E. Em 1992 estas classes representavam juntas 62,13% da população, já em 2003, 54,85% dos brasileiros eram pobres. Hoje, somadas, as classes D e E representam 33,19% dos habitantes do país. Toda a população que diminuiu destas classes passou para a classe C. Houve também uma movimentação da classe C para a classe B e desta para a classe A, mas o tamanho desta migração é muito menor.

 


O IBGE divide as categorias das classes sociais de acordo com a renda familiar mensal. Estão na classe E as pessoas com renda de até R$ 751. Na classe D figuram as famílias que recebem entre R$ 751 e R$ 1.200 por mês. A classe C é composta de famílias com renda entre R$ 1.200 e R$ 5.174. Já a classe B inclui pessoas com renda familiar entre R$ 5.174 e R$ 6.745. Qualquer família que ganhe mais do que isso por mês é considerada classe A pelo IBGE.
E como é que se deu esta movimentação ...

Tivemos na verdade três fatores que contribuíram de maneira mais acentuada para que isto acontecesse:

Primeiramente a estabilização da moeda e por tabela da economia, com a execução do Plano Real.
Em segundo lugar a política de aumentar o valor do salário mínimo acima da inflação do período implementada com o início do Governo Lula, fazendo com que houvesse uma.

Estes dois pontos aliados ao aumento da procura de mão de obra mais especializada, por conta do aquecimento da economia, e como há escassez de mão de obra qualificada (uma Megatendência que será explorada em post próximo), o salário pago aos trabalhadores qualificados teve um ganho real, fazendo assim com muitas famílias antes classificadas como D e E, subissem de classe.
Esta classe hoje tem a maioria feminina (51%) e branca (52%) e é predominantemente adulta, com mais de 25 anos (63%). Estas características fazem com que alguns setores sejam afetados de maneira mais intensa por esta movimentação.

O surgimento desta "nova" classe média figura como um fenômeno social sem precedentes na história do país. Ao mesmo tempo é também um desafio sem paralelo para o mundo dos negócios.
A "nova" classe social é um desafio
para o mundo dos negócios
Por décadas, boa parte das empresas ignorou essa camada da população que hoje chega ao mercado com representatividade de consumo. Por isto, inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas com o objetivo de decifrar estes novos consumidores.

Colecionando pesquisas na net, verificamos que educação é um dos principais pontos a serem afetados. A classe C procura uma melhor educação ou a oportunidade de completar uma faculdade, fato que há alguns anos estava vetado a grande parte desta população. Como esta classe está profundamente amarrada ao processo industrial e ao emprego formal, a educação é entendida como investimento em melhoria da condição de vida e capacitação para uma vida "melhor".

Cerca de três quartos desta classe já possui ou está em processo de compra da casa própria. Entretanto os 25 milhões que ainda não possuem tem este como um dos principais desejos e objetivos. Como os números são sempre gigantes, há que se considerar o desafio contido nesta tendência. Há outros produtos que também fazem parte do "sonho" de consumo do "Emergente C": microcomputadores, aparelhos de micro-ondas, celulares, automóveis, leite longa vida, amaciante de roupas e tintura para cabelo, são alguns exemplos do que hoje constitui o desejo de consumo de grande parte da população.

Devemos lembrar que o mais importante nesta questão é encontrar os caminhos que levarão esta classe ao consumo de seus produtos. O atendimento que agrada à classe C é diferente daquele que agrada à classe A e B. O ponto de venda de cada uma das classes é preparado de maneira diversa, assim como os produtos e serviços. Atenção aos desavisados, não estou aqui dizendo que os serviços tem que ser melhores ou piores, mais caros ou mais baratos. Não há uma definição quanto a isto e nem poderia haver. Há sim uma atenção a ser dada ao termo DIFERENTE.

Há muitos artigos sobre o assunto na net, um deles é sobre os móveis específicos para nova classe média assim como a educação financeira necessária para os integrantes desta população. Veja em:

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