quarta-feira, 16 de maio de 2012

PLANEJE SEU FLUXO “A TOQUE DE CAIXA” (Working Capital 1)


Há uma grande confusão na maneira de tratar as informações quando discutimos diferentes motivos pelos quais as empresas fecham suas portas. Geralmente vemos pesquisas realizadas por esta ou aquela revista, utilizando diferentes bancos de dados, mas entre as conclusões quase sempre temos um item onde como motivo aparece "fluxo de caixa".
Empresas fecham as portas por muitos motivos, os principais são a dificuldade em faturar o previsto inicialmente, baixa aceitação de um produto inovador, incapacidade de executar o plano de marketing idealizado. Mas estas são apenas algumas das razões, a lista infelizmente é longa.

Mas o explicado acima serve para empresas que encerraram suas atividades por si próprias. De maneira diferente, todas as empresas que "quebram", quebram por problemas de fluxo de caixa. O termo "quebrar" implica em resumir verbalmente a situação de uma empresa que teve sua falência requerida e tal procedimento só acontece mediante o não cumprimento de entrega de bens ou valores, logo um problema relacionado ao fluxo de caixa. O problema é que o fluxo de caixa é um processo "resultante" de outros processos.

Um bom negócio pode se tornar melhor, por ter uma administração de fluxo de caixa boa, mas o ato de administrar adequadamente o fluxo de caixa geralmente não agrega valor significativo ao produto ou ao serviço que se presta. Não confundir com gerar resultados para empresa. Por outro lado, um mau negócio, pode ganhar uma sobrevida se tiver uma administração brilhante de fluxo, mas não se tornará um bom e lucrativo negócio por conta disto. A exceção que valida a regra são as empresas do ramo financeiro, onde o produto em si é a administração do fluxo de caixa.
Este processo, que em países mais desenvolvidos que o nosso está mais para uma "obrigação de fazer", do que para um "agregador" de valor, no Brasil ganha tintas dramáticas e passa a ser um dos elementos definidores de sucesso.

Gerir de maneira inadequada seu caixa no Brasil é a certeza do fracasso em curto ou médio prazo. Com sorte! Estamos em qualquer lista de maiores taxas de juros cobrados sobre qualquer tipo de operação, no mundo! Olhando para uma tabela de juros ao longo do tempo, não é difícil encontrar números 26% ao ano, não tão longe assim, em 2003. Com este custo do dinheiro altíssimo, qualquer ineficiência na gestão do fluxo de caixa apresentará resultados negativos de forma brutal e rápida.
Costumo dizer nas palestras, que administrar o caixa é simples, se o gestor souber como administrar o capital de giro. O processo de "tesouraria" no qual muitos perdem bastante tempo e foco é relativamente simples se o resto da lição de casa for feito da maneira adequada. A gestão do fluxo de caixa, como já disse, é a resultante de um processo mais amplo e complexo. Como "resultante" pouco pode ser feito no sentido de melhorá-la, caso os diferentes itens do capital de giro não sejam adequadamente geridos. Neste caso é preciso trabalhar bem nos fatos geradores.

Vamos a um exemplo simples de um "fato gerador".
Se você insistir em vender e cobrar o recebimento com prazo médio de 60 dias e insistir em comprar e pagar com prazos de 30 dias, não há mágica que cubra o "gap" entre os pagamentos e recebimentos, e sua gestão de fluxo será complexa, difícil e de alto custo. O contrário neste caso é verdadeiro. Vende e recebe em curto prazo, compra e paga em prazo mais longo.
Nesta série de posts estudaremos:
  • Como fazer projeções de fluxo que garantam a capacidade de antever os possíveis problemas a tempo de evitá-los.
  • Como desenvolver controles adequados para assegurar que o fluxo de caixa está sendo adequadamente gerido.
  • Medidas que possam atuar sobre o capital de giro e consequentemente sobre o fluxo de caixa e de sua empresa.

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