domingo, 18 de dezembro de 2011

VIDA ÚTIL DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (Estratégia 14).


Outro ponto a ser considerado é a vida útil de seu planejamento estratégico. O planejamento estratégico é feito tendo por objetivo alinhar o posicionamento da empresa frente a uma série de elementos, o mercado, a indústria, o ambiente macroeconômico, os concorrentes, etc. Não se trata de algo que tem que ser revisto semestralmente ou em períodos mais curtos, já que a maior parte das medidas leva mais tempo que isto para ser implementada.

Porém há duas ocasiões nas quais é bastante razoável que se faça uma revisão "parcial": Todas as vezes que formos fazer o planejamento anual (orçamento) teremos uma boa oportunidade de checar a razoabilidade das estratégias implantadas e seu sucesso. Neste momento pode ser que alguns ajustes sejam necessários. "Pode ser" é a colocação correta. Se o planejamento foi adequadamente elaborado, não há porque fazer grandes ajustes ou sequer alinhar, mas dependendo do porte e área de atuação da empresa, pode ser que uma unidade ou outra ou mesmo uma área de atuação ou outra tenham sofrido modificações significativas e precisem ser ajustadas.

Em uma multinacional com presença global (estas não estão lendo este livro) teremos sempre ajustes a serem feitos em diferentes regiões do globo que sofreram alterações significativas em suas condições e ambiente de negócio. Note-se que quando falo de ajustes de modificações estou falando de "ajustes" e "modificações". Não confundam "ajustes" como um investidor que, quando cheguei à sua empresa e comecei a apresentar análises sobre o planejamento estratégico existente, pediu-me para "modificar" o que fosse necessário, incluindo a Missão da empresa! A Missão da empresa pode ser ajustada, mas de novo estamos falando de coisas a muito longo prazo e em raras ocasiões.

Nos últimos 80 anos o que mudou na missão das empresas de Walt Disney: "Fazer as pessoas felizes!"? Creio que todos podem entender plenamente que esta seja uma missão que realmente interpreta o que o pessoal da Disney Company tentou fazer nos últimos 80 anos. Indiferente da forma que se adotou: parques temáticos, revistas, livros, filmes, desenhos animados, todas estas linhas de produtos sempre me parecem alinhadas com a missão da empresa.

Como já disse no exemplo da conquista do Pólo Sul, uma estratégia funciona enquanto os fatores que atuam sobre o ambiente e sobre os elementos da estratégia se mantêm similares. Assim se houver uma mudança significativa no ambiente ou nos elementos pode ser necessária uma mudança.

São exemplo de empresas que poderiam ter mudado sua missão:


As fábricas de máquinas de escrever que tivessem em sua missão "fabricar a melhor máquina de escrever possível". As máquinas de escrever estavam condenadas no momento em que foi lançada a primeira impressora para micro computador. A partir deste momento havia pouco que pudesse ser feito a médio ou curto prazo, no sentido de salvar a "indústria" de maquinas de escrever. Aquelas que por ventura possuíam em sua Missão "produzir o melhor equipamento de registro gráfico" podem ter sobrevivido com a mesma Missão, mas não consigo ver como a Missão da Remington, por exemplo, poderia tê-la salvo. Nestes casos se justifica a troca radical de um posicionamento estratégico, caso contrário não.

O mesmo ocorreu com todas as empresas que no Brasil viviam dos resultados oriundos da especulação em cima dos índices inflacionários. Aqueles que não ajustaram sua linha estratégica foram eliminados pela concorrência ou pelos próprios pontos fracos.
Notadamente nos primeiros anos a partir na implantação do planejamento estratégico, vários ajustes têm que ser feitos, e este é o curso normal do processo.

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