quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A CORRIDA (Estratégia 8)


Os cães de Amundsem provaram ser
a escolha correta para a tarefa.
Em 1911 os dois aventureiros se lançaram ao seu objetivo, com uma pequena diferença inicial de datas. Amundsen pode partir antes porque levava cães, que não "congelavam" nem mesmo no inverno, quanto mais na primavera, e estavam aptos para enfrentar a aventura antes. Partiu com 13 cães por trenó e alguns filhotes que seguiram os primeiros por pura farra. Não se preocuparam em levar de volta os cães, tal a margem de segurança que possuíam quanto ao número de animais necessários para a tarefa. Quando partiu de sua base ele usava os melhores na proporção de 2/1, ou seja, usava um pouco menos da METADE dos cães que possuía e teve a oportunidade de escolher entre os mais fortes, gordos e preparados.


Os tratores que foram utilizados na etapa inicial.
Scott por sua vez partiu com uma matilha e 8 pôneis, 100% dos animais que possuía na ocasião. Ele pretendia alcançar o paralelo 80 com os pôneis e depois seguir a frente usando os próprios homens como força de tração. Os tratores foram na frente com uma equipe, levando certa quantidade de mantimentos.
Para Scott as coisas transcorreram não tão bem desde o princípio. Após poucos dias os tratores já estavam fora de ação por conta do frio intenso que diminuía a resistência do metal e por conseqüência os pistões acabavam furados e os motores parados. Se considerarmos quando foi feita a experiência e a rusticidade dos equipamentos levados, chegaremos à conclusão de que o que se obteve daquelas máquinas foi magnífico, entretanto para o porte do desafio e necessidades a serem enfrentados, a ajuda que foi conseguida das máquinas foi pífia.
Já os cães prestaram serviço melhor a Scott, mas foram apenas até 2/3 da etapa de ida, tendo voltado ao ponto de origem quando foi atingido o ponto onde estava o estoque de mantimentos previamente colocado. Assim foi porque era o planejado. Os pôneis continuaram a jornada até que cada um deles morreu de frio, exaustão ou inanição. A última etapa da viagem ainda de ida foi feita em trenós tracionados por humanos, a pé ou com patins. Scott e seu pessoal lutaram bravamente contra a exaustão, a fome, o frio extremo e as condições psicológicas absolutamente desfavoráveis. Aos poucos todos pereceram, sendo que a última parte da equipe morreu muito perto de um dos pontos de abastecimento. A história de Scott é conhecida em detalhes porque o pessoal que havia ficado na base lançou uma equipe para fazer um possível resgate e estes encontraram a cabana onde estavam os remanescentes junto com os diários que alguns dos membros mantiveram, inclusive o próprio Scott.
Amundsen teve uma viagem absolutamente tranqüila na ida. Os cães renderam mais que o esperado. Teve que enfrentar muitos perigos com as fendas no gelo, verdadeiras crateras cobertas por fina camada de gelo, que faz com que o piso pareça contínuo, quando na verdade não é, mas os cães (atenção para o detalhe que a segurança foi em grande parte provida pelo método de tração, que possuía instinto adaptado ao meio) tinham uma noção muito boa de como se comportar neste tipo de terreno. Ele chegou ao ponto no qual deveria reduzir sua matilha sem haver perdido mais que uns poucos cães. Neste ponto as condições eram tão boas que resolveu sacrificar os cães planejados, mas nem todos foram consumidos no momento, tendo sido deixados de reserva para o momento da volta ou uma eventual emergência. Chegou ao Pólo Sul no dia que havia pré-estabelecido em seu planejamento inicial feito quase dois anos antes

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