sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A EVOLUÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO (Estratégia 3)



O planejamento estratégico é um dos capítulos da moderna administração menos compreendido e, portanto, um dos mais injustiçados.
O "injustiçado" da frase acima vem do fato de que há muitos empreendedores e mesmo investidores que acreditam ser a "estratégia" um conceito extremamente complexo e difícil de ser entendido e explicado. Veremos que isto é parcialmente verdadeiro em um próximo texto, onde apresentaremos pelo menos cinco entendimentos diferentes para uma mesma expressão.

Um dos fatores que contribui com a fama, e que como o tema é um tanto complexo, não são poucos os "consultores" que aproveitam de tal complexidade para dar vazão a um número sem fim de expressões e terminologias relacionadas ao assunto que servem para justificar o uso de seus serviços. Assim muitos pequenos e médios empresários acreditam ser este um campo fértil para a "embromação" e falta de objetividade destes muitos "consultores" não tão preparados.

Outro ponto que colabora para a "injustiça" é o fato de que efeitos de um plano estratégico, quando e "se" bem feito, têm um prazo um tanto longo para surtir efeito.

A falta de compreensão e um conhecimento maior ou mais popular provavelmente vêm do fato de que a matéria em si, só ganhou "status" dentro das disciplinas de cursos de administração na década de 90. Na década de 80 assistimos, juntamente com o advento dos yuppies, das explosões das bolsas e dos micros, a criação de "modelos de negócio". Estes não eram um planejamento estratégico em si, mas algo muito menos elaborado. Tratava-se de sistemas ou mesmo planilhas que simulavam o comportamento da empresa perante diferentes faturamentos, custos, despesas e investimentos.

Com a popularização do micro computador, tornou-se relativamente simples gerar modelos que permitiam simular os comportamentos das empresas com rapidez, facilidade e alguma precisão de cálculo.
A proliferação dos micros também proporcionou acesso mais fácil à massa de dados coletada de diferentes fontes relativa ao mercado consumidor e ao desempenho da indústria. Isto automaticamente levou os analistas de negócio a iniciar a segmentação do mercado lastreados em dados antes difíceis ou de acesso limitado.

Daí para assumir premissas e testar respostas sobre produtos e empresas foi um passo. Ao assumir premissas para tamanho de mercado e participação das empresas nestes mercados teve início o entendimento de que havia diferentes "alinhamentos de modelos". Tornou-se popular nas grandes empresas o procedimento de "alinhá-la" em seu ambiente à medida que havia alterações no porte ou desempenho.

Sun Tzuo
É óbvio que documentos sobre estratégia são muito mais antigos que as décadas de 80 ou 90. Talvez o mais conhecido livro de estratégia seja "A Arte da Guerra" de Sun Tzuo, escrito a parcos 2.300 anos. Muitos dos heróis da antiguidade já eram tratados com o termo "estrátego". Plutarco usa este termo tanto para Julio César quanto para Alexandre.

Sempre houve planejamento estratégico nas empresas que conseguiam se tornar grandes, apenas não existia o conceito de "tudo" reunido em uma só estrutura, ou menos ainda, em um só jogo de documentos/ensinamentos/procedimentos. Em suma faltava um "rótulo" e rótulos às vezes são importantes.


Warren Bennis

A década de 90 apresentou ao nosso mundo as idéias de pensadores de metodologias por meio das quais poderia ser feito um direcionamento da "estratégia" a ser adotada. Estava criado o rótudo que usamos hoje.
Ainda hoje um profissional em estratégia continua sendo algo raro no mercado brasileiro, apesar de o entendimento da necessidade de um planejamento estratégico já estar bem fundamentado e aceito pelo mercado como um todo.
Os pensadores aos quais me referi acima, não são todos da década de 90, mas tiveram seus escritos reconhecidos e utilizados no sentido "estratégico" neste período. Alguns deles, para ficar nos mais conhecidos, são: Warren Bennis, Dale Carnegi, Stephen Covey, W. Edwards Deming, Peter Drucker, Gary Hammel, Michael Hammer, Chales Handy, Robert Kaplan, Philip Kotler, Henry Mintzberb, Kenichi Ohmae, Tom Peters, Michael Porter e Alvin Toffler.

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